Disfagia, Engasgos e Fendas Vocais em Idosos!
- Maria Teresa Rosangela Lofredo Bonatto
- há 2 dias
- 4 min de leitura

Disfagia, Engasgos e Fendas Vocais em Idosos: Um Guia Completo sobre Causas e Tratamentos Fonoaudiológicos
A dificuldade para engolir (disfagia), os engasgos frequentes e as alterações na voz, como as fendas vocais, são condições que merecem atenção especial na população idosa. Interligadas, essas questões podem impactar significativamente a saúde, a nutrição e a qualidade de vida. A atuação do fonoaudiólogo é crucial no diagnóstico e tratamento, promovendo uma alimentação segura e uma comunicação mais eficiente.
Disfagia e Engasgos: Quando o Ato de Engolir se Torna um Risco
A disfagia é o termo técnico para a dificuldade de deglutição, que pode ocorrer em qualquer fase do processo de levar o alimento da boca até o estômago. Nos idosos, essa condição é frequentemente chamada de presbifagia, relacionada ao envelhecimento natural das estruturas envolvidas na deglutição.
Os engasgos são um sinal de alerta de que algo não vai bem nesse processo. Eles ocorrem quando alimentos ou líquidos, em vez de seguirem para o esôfago, entram nas vias respiratórias, podendo levar a complicações sérias como a pneumonia aspirativa e, em casos graves, à asfixia.
Principais Causas da Disfagia e Engasgos em Idosos:
Doenças Neurológicas: Acidente Vascular Cerebral (AVC), Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer e outras demências são causas comuns, pois afetam o controle neurológico da deglutição.
Câncer de Cabeça e Pescoço: Tumores e os tratamentos oncológicos (cirurgia, radioterapia e quimioterapia) podem comprometer as estruturas e a sensibilidade da boca e da garganta.
Sarcopenia e Envelhecimento Muscular: A perda de massa e força muscular generalizada (sarcopenia) também afeta a musculatura da língua, bochechas e faringe, tornando a mastigação e a propulsão do alimento menos eficientes.
Problemas Dentários: A falta de dentes, o uso de próteses mal adaptadas e a diminuição da produção de saliva (xerostomia) dificultam a formação do bolo alimentar.
Doenças Respiratórias Crônicas: A necessidade de coordenar a respiração e a deglutição pode ser um desafio para idosos com doenças pulmonares.
Fendas Vocais: A Voz que Pede Ajuda
As fendas vocais, ou fendas glóticas, ocorrem quando as pregas vocais (popularmente conhecidas como cordas vocais) não se fecham completamente durante a fonação, resultando em um escape de ar. Isso gera uma voz soprosa, fraca, rouca e com pouca projeção.
Causas das Fendas Vocais em Idosos:
Presbilaringe: Assim como os músculos do corpo, as pregas vocais também perdem massa e elasticidade com a idade, um processo chamado de presbilaringe. Isso leva a um arqueamento das pregas vocais, dificultando o seu fechamento completo.
Maus Hábitos Vocais: O uso incorreto ou abusivo da voz ao longo da vida pode contribuir para o desenvolvimento de fendas.
Fatores Neurológicos: Condições que afetam os nervos que controlam a laringe podem resultar em paralisia ou paresia de pregas vocais.
A Relação entre Disfagia, Engasgos e Fendas Vocais:
A laringe, onde se localizam as pregas vocais, desempenha uma dupla função: a produção da voz e a proteção das vias aéreas durante a deglutição. Para engolir com segurança, as pregas vocais precisam se fechar firmemente para impedir a entrada de alimentos e líquidos nos pulmões. Quando há uma fenda vocal, essa proteção fica comprometida, aumentando o risco de aspiração e, consequentemente, de engasgos e pneumonias. Uma voz "molhada" ou com som de "borbulhas" após a deglutição pode ser um sinal de que resíduos de alimentos ou líquidos estão se acumulando sobre as pregas vocais.
A Atuação Essencial do Fonoaudiólogo
O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para avaliar, diagnosticar e tratar os distúrbios da deglutição e da voz. A intervenção é personalizada e visa garantir a segurança e o prazer na alimentação, além de melhorar a comunicação.
Como o Fonoaudiólogo Pode Ajudar:
Na Avaliação:
Avaliação Clínica: O fonoaudiólogo observa o idoso durante a alimentação, analisando a postura, a mastigação, a coordenação da respiração com a deglutição e a presença de sinais de risco, como tosse, engasgos e alteração vocal.
Avaliação Instrumental: Se necessário, pode solicitar exames como a videoendoscopia da deglutição (VED) ou a videofluoroscopia da deglutição (VFD), que permitem visualizar o processo de deglutição e identificar com precisão onde e por que a dificuldade ocorre.
No Tratamento:
Terapia Direta (Reabilitação da Deglutição):
Exercícios Miofuncionais Orofaciais: São realizados exercícios para fortalecer a musculatura dos lábios, língua e bochechas, melhorando a mastigação e o controle do alimento na boca.
Exercícios para a Laringe: Exercícios específicos para melhorar o fechamento das pregas vocais e a elevação da laringe, protegendo as vias aéreas. A terapia de voz pode, simultaneamente, melhorar a qualidade vocal e a segurança da deglutição.
Manobras de Deglutição: O fonoaudiólogo ensina técnicas para engolir de forma mais segura, como a "deglutição com esforço" ou a "manobra de Mendelsohn", que visam proteger a via aérea.
Gerenciamento e Adaptações:
Modificação da Consistência dos Alimentos: Pode ser indicada a adaptação da dieta, com alimentos em consistências mais seguras (pastosa, purê) e líquidos espessados, para facilitar a deglutição e reduzir o risco de aspiração.
Adaptação de Utensílios: O uso de copos com recorte nasal, colheres com cabo engrossado ou pratos com bordas elevadas pode facilitar a alimentação para idosos com limitações motoras.
Orientação Postural: A orientação sobre a postura correta durante as refeições (sentado, com a cabeça levemente inclinada para frente) é fundamental para uma deglutição segura.
Estratégias para a Hora da Refeição: O fonoaudiólogo orienta cuidadores e familiares sobre a importância de um ambiente calmo, sem distrações, e de oferecer pequenas quantidades de alimento por vez.
A identificação precoce dos sinais de disfagia, engasgos e alterações vocais em idosos é fundamental. Ao observar qualquer um desses sintomas, é imprescindível buscar a avaliação de um médico e de um fonoaudiólogo para um diagnóstico preciso e o início do tratamento adequado, visando a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida da pessoa idosa.
Marque uma consulta com a especialista (Fonoaudióloga), a Dra Maria Teresa R. Lofredo-Bonatto que tem vários anos de experiência e terá o prazer em atendê-lo. Ligue Agora no Telefone (11) 99652-2827 ou pelo e-mail mteresabonatto@uol.com.br.
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